O inefável Arnaldo
Jabor, a quem basta a elegância com que se expressa, a tolerância que pratica e
a ponderação com que julga para que se avalie, é, sem dúvidas, referencial para
todos nós.
Onde ele está, ali não é para estar.
Quinta feira, fez um ataque furibundo aos manifestantes,
dizendo que só viu ódio igual ao daqueles jovens durante os ataques dos
criminosos do PCC em São Paulo.
“Estes caras das ruas vivem num passado de ilusão. Eles
são a caricatura violentada caricatura de um socialismo dos anos 50, que a
velha esquerda ainda defende e pratica aqui. Realmente estes revoltosos de
classe média não valem nem 20 centavos”.
À noite, repetiu com seus gestos teatrais, o mesmo texto
no espaço nobre que a Globo lhe dá, embora nele não pareça caber o seu ego.
Disse que a causa dos jovens era a ausência de causas.
Veio o final de semana e Jabor, o rápido, percebeu que a
mídia estava se servindo dos manifestantes para atacar o Governo Dilma, que tem
como parte nessa história ter tirado os
impostos para permitir que a passagem subisse menos.
E hoje cedo, mudou de rumo.
Num gesto dramático, fez um “ato de contrição”.
“Eu fiz um erro e esta é minha autocrítica.
(…)Critiquei-o porque temia que tanta energia fosse gasta em bobagens, quando
há graves problemas a enfrentar no Brasil”.Mas a partir de quinta-feira, com a
violência maior da policia, ficou claro que o movimento passe livre expressava
uma inquietação que tardara muito no país, pois desde 92 faltava o retorno de
algo como os caras-pintadas, os jovens que derrubaram um presidente”.
O golpismo das palavras de Jabor nem implícito é.
Desanda a atacar o Governo, a Petrobras, falando em
Mensalão e país em ruínas.
E diz que os manifestantes, neo-caras-pintadas, são a
grande esperança da Terra.
A autocrítica de Jabor é puro oportunismo político, que
nem cora o rosto de mudar de posição num estalo para semear o terror pelo
“desastre” nacional.
Mas que não se percam as palavras de efeito e os gestos
dramáticos do personagem bufão que ele interpreta: o que não vale nem 20
centavos é a autocrítica do Jabor.
Por: Fernando Brito
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